‘Sou abençoado pela honra de trabalhar com minhas duas grandes paixões: a música e o turismo’, conta Leonardo Miranda, o Nardera
O músico e turismólogo relata a fase difícil de quendo perdeu o único irmão, vítima de um acidente de trânsito, em 2015
Eduardo Mustafa (Agora na Região)
Reprodução pelo Correio do Noroeste
Fotos: Arquivo Pessoal
ANDRADINA – Conversamos com Leonardo Miranda Granja, mirandopolense de 43 anos, que atualmente é turismólogo municipal em Andradina e cantor profissional. Filho de Márcio Granja e Eloisa Miranda, Nardo, como é popularmente conhecido, relembrou suas andanças profissionais por Florianópolis, Miranda e São Paulo. Além disso, Nardo comentou a superação ao perder o irmão Rogerio, em 2015, e seu atual momento em Andradina, confira.
Como foi sua infância e juventude?
Tive uma infância e juventude muito boa, nasci em Araçatuba, mas fui criado em Mirandópolis, onde morei até os 22 anos, com o meu pai Márcio Luiz Granja (bancário e atualmente fabricante de produtos defumados artesanais), minha mãe Eloisa Miranda Granja (professora aposentada) e o meu único irmão Rogério Miranda Granja (motorista municipal) que faleceu aos 37 anos, em 2015, vítima de um acidente de trânsito.
Qual a sua trajetória no turismo?
A minha trajetória profissional começou enquanto eu cursava a faculdade de Turismo na FIRB de Andradina, nessa época eu era vendedor dos produtos defumados dos meus pais. No segundo ano da faculdade, no ano de 2000, eu comecei a cantar e tocar profissionalmente, o que eu sigo fazendo paralelo ao Turismo até hoje. Após me formar na faculdade de Turismo eu me mudei pra Florianópolis-SC, lá acabei trabalhando em dois hotéis beira mar na Praia dos Ingleses. Tempos depois fui trabalhar no Pantanal Hotel, na cidade de Miranda-MS, o portal do Pantanal. Foi quando eu recebi uma proposta para montar uma agência de viagens junto com a Labor Turismo Transportes, de Mirandópolis, onde trabalhei por quatro anos montando e comercializando roteiros turísticos pelo Brasil inteiro. Após essa experiência com a Labor eu resolvi abrir uma agência de viagens com o meu sócio e também turismólogo Marcelo Carbelo Pandin, na cidade de Andradina, chamada Terra Turismo. Nela trabalhamos por mais quatro anos. Após a agência de viagens a minha carreira no turismo teve uma pausa, pois fui cantar em São Paulo e viver apenas de música por cinco anos. Quando voltei pra Andradina eu passei no processo seletivo para docente do curso Técnico em Turismo Receptivo da ETEC (Centro Paula Sousa). Por um tempo fui coordenador do curso de turismo. Formamos turmas de Técnicos em Turismo nas cidades de Andradina e de Castilho. Foi quando a minha última oportunidade apareceu, de prestar o concurso público para Turismólogo Municipal da cidade de Andradina, onde a maior parte da minha família mora, sendo esse o primeiro concurso para esse cargo da história da cidade, onde fui aprovado e efetivado e hoje completei um ano no cargo.
Como a música entrou na sua vida?
Desde criança eu cantava por lazer nas festas da família, pois vários parentes eram excelentes músicos, isso foi me cativando cada dia mais para futuramente me tornar um músico. O ano de 2000 foi um divisor de águas na minha vida musical, pois foi quando eu comecei a cantar profissionalmente, encorajado pelo meu amigo e exímio guitarrista Danilo Gordo, o Big. Um dia ele me convidou para fazer o meu primeiro show da carreira com ele, dizia que eu cantava diferente das pessoas e que eu deveria cantar profissionalmente, depois desse dia nunca mais parei de cantar.
Hoje, 24 anos após a minha primeira apresentação, tenho uma agenda de shows lotada graças à Deus, com uma média de 15 a 20 shows por mês com a minha banda Nardêra Pop Rock, atendendo toda a região e diversas festas particulares e eventos de pequeno, médio e grande portes.
Qual o balanço que faz do seu atual momento?
Um tempo após a morte do meu único irmão eu ainda morava em São Paulo vivendo de música, foi quando eu resolvi voltar pra Andradina, da noite para o dia, afim de ficar mais perto da minha família que se encontrava desamparada pela morte do meu irmão. Foi a melhor decisão da minha vida, pois tudo começou a fluir maravilhosamente desde que voltei, novas oportunidades surgiram, virei professor de turismo, agora turismólogo municipal concursado e com os meus shows bombando mais do que nunca na vida. Enfim, toda a caminhada, tropeços, vitórias, tristezas e desafios me trouxeram aonde estou hoje e me sinto muito feliz com tudo o que vem acontecendo de bom na minha vida, e principalmente com o turismo e a música me movendo, na cidade de Andradina em que os meus antepassados foram os pioneiros e que tempos atrás jamais poderíamos imaginar que um dia ela seria turística, só gratidão.